A disputa interna no Partido dos Trabalhadores (PT) do Crato ganhou novos desdobramentos neste fim de semana.
A Chapa PT Forte e Autônomo manteve a decisão anunciada e não participou do Encontro Municipal do partido, realizado ontem, sábado (13), em protesto contra o que classifica como “manobras políticas” para interferir no resultado do Processo de Eleição Direta (PED).
Segundo a chapa, o prefeito do Crato teria utilizado a máquina pública para influenciar o PED e, posteriormente, articulado junto à Mesa Diretora da Câmara Municipal uma alteração no Regimento Interno da Casa. Essa mudança teria como objetivo permitir que uma vereadora da base governista assumisse a liderança da bancada petista, conquistando assim um voto decisivo na escolha do novo presidente do diretório municipal.
“Depois de usar a máquina do poder público para interferir no PED, agora tentam, no último minuto do jogo, mudar regras da Câmara para intervir novamente no processo democrático do PT”, afirmou a chapa em nota.
Os integrantes da Chapa PT Forte e Autônomo argumentam que o que está em disputa vai além da presidência do diretório:
“O que está em jogo é se o PT do Crato continuará sendo um partido livre, autônomo e fiel à sua história, ou se ficará refém de interesses de ocasião.”
A chapa reforçou que seguirá firme denunciando abusos e defendendo a autonomia partidária:
“O PT é maior que qualquer prefeito, ex-prefeito ou governo de plantão.”
A posição do presidente municipal do PT
Em resposta, o presidente do PT Crato, Maurício Ribeiro, divulgou nota rebatendo as acusações. Ele afirmou que as alterações no Regimento Interno da Câmara ocorreram após tentativas da chapa adversária de descumprir o Estatuto partidário.
Ribeiro destacou que a
chapa “Democracia,
União e Luta”, vencedora do PED, é formada por trabalhadores
rurais, servidores públicos, estudantes e profissionais liberais com longa
trajetória no partido. Para ele, a decisão de boicotar o Encontro Municipal do
PT representou uma atitude desrespeitosa com os delegados e delegadas eleitos.
O dirigente, que conclui seu
mandato no próximo dia 15, defendeu ainda que as lideranças petistas saibam
conviver com a pluralidade interna produzida pelo processo democrático.