O município do Crato, localizado na região do Cariri, apresenta um dos maiores déficits atuariais do Ceará em seu Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Segundo dados recentes do Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial (DRAA) de 2024, o rombo previdenciário do Crato alcança a marca de R$ 1.646.830.636,80.
Esse valor coloca o Crato entre os cinco municípios cearenses com maior desequilíbrio previdenciário, superado apenas por grandes cidades como Caucaia e Fortaleza — esta última liderando o ranking com um déficit de mais de R$ 23,85 bilhões.
O resultado atuarial negativo é um indicativo preocupante de que, caso nenhuma medida urgente seja tomada, o futuro de servidores públicos aposentados e daqueles que ainda irão se aposentar está seriamente comprometido. A realidade é que o sistema previdenciário do município, neste momento, dá claros sinais de estar quebrado.
A avaliação atuarial, obrigatória por lei, estima a necessidade de recursos para garantir o pagamento de aposentadorias e pensões futuras. Quando esse cálculo aponta déficits tão expressivos, significa que o município não possui recursos suficientes para honrar seus compromissos com os servidores no longo prazo.
Além do Crato, outros municípios da região também enfrentam dificuldades, como Caririaçu (com déficit de R$ 43,5 milhões) e Araripe (R$ 172,6 milhões), mas o cenário cratense se destaca pelo impacto em maior escala e gravidade.
No caso do Crato, os dados do DRAA 2024 revelam com precisão a gravidade da situação e exigem respostas concretas da administração municipal.
Enquanto isso, os servidores públicos — ativos e inativos — vivem a incerteza. O que está em jogo não é apenas o equilíbrio financeiro, mas a própria dignidade de milhares de trabalhadores que contribuíram por décadas esperando a segurança de uma aposentadoria justa e garantida.
Ceara Informado Por Paulo Dimas com informações do Diario do Nordeste