No cenário do Cariri cearense, uma decisão que ecoará por anos está prestes a ser concretizada. O aterro sanitário que será construído no Crato, segundo as autoridades locais, não será um "lixão a céu aberto", mas as vozes críticas estão longe de se calar. A escolha do Crato como local para receber os resíduos sólidos de nove municípios do Cariri não só levanta questões legítimas, mas também aponta para riscos iminentes que a população local pode enfrentar.
A primeira preocupação que surge é a localização do aterro. O Crato não é equidistante dos outros municípios envolvidos, o que pode complicar e encarecer o transporte de resíduos sólidos. Isso levanta uma questão crucial: quem arcará com esses custos adicionais? A resposta parece ser óbvia - a população local.
Além disso, a escolha da empresa Aegea para gerenciar o aterro levanta sobrancelhas. A mesma empresa que deveria investir R$ 200 milhões no esgotamento e saneamento da cidade do Crato é agora responsável pelo gerenciamento de resíduos sólidos. O histórico da Aegea até o momento merece um exame minucioso. A empresa tem sido criticada por sua gestão do sistema de esgoto, o que lança dúvidas sobre sua capacidade de administrar efetivamente um aterro sanitário.
O prefeito do Crato aceitou que a cidade se torne o destino final do lixo de nove municípios. Essa decisão é, no mínimo, questionável. Crato está prestes a abrir suas portas para a sujeira de toda a Região Metropolitana, e a população pode pagar o preço, não apenas em termos ambientais, mas também com o tráfego pesado de caminhões que transportarão esses resíduos.
A cidade vizinha de Juazeiro do Norte optou por não fazer parte deste consórcio, o que indica que outras autoridades compartilham preocupações similares. O crescimento do Crato, em parte, deve-se a investimentos e obras de governo, que agora podem ser ameaçados pela escolha do aterro sanitário.
Portanto, a decisão de fazer do Crato o destino final do lixo de toda a região levanta sérias preocupações. É crucial que as autoridades locais e a população estejam atentas aos riscos iminentes e que haja uma análise mais aprofundada e transparente dos impactos potenciais antes de prosseguir com essa empreitada. A cidade do Crato merece um futuro mais limpo e seguro, e isso deve ser prioridade máxima em qualquer decisão relacionada ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Com informações do Jornal Gazeta de Noticias