O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou que repetirá a viagem a Paris realizada no segundo turno em 2018 se a eleição presidencial de 2022 for decidida entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido).
"Eu faria hoje com muito mais convicção", disse o ex-governador do Ceará em entrevista ao jornal O Globo. No pleito de 2018, Ciro foi criticado por petistas por ter ido à França, após ficar de fora do segundo turno, para não apoiar Fernando Haddad, derrotado por Bolsonaro.
"Em 2018, fiz com grande angústia. Aquela eleição já estava perdida. Mesmo somando meus votos com os do Haddad, não alcançaríamos Bolsonaro. Lula mentiu para o povo dizendo que era candidato quando todos sabiam que não seria. Manipulou até 22 dias antes da eleição, deixando parte da população excitada", criticou o pedetista.
Na entrevista, Ciro também chamou Lula de "cínico" e sentenciou que nunca mais fará aliança com o PT.
"O lulopetista fanático não me apoiará. Prefere Bolsonaro. No Senado, Renan Calheiros e Eunício Oliveira apoiaram o impeachment. Aí, eu parto para cima dessa gente. E, um ano depois, lá está Lula agarrado a eles. E ainda tem quem ache que devo alguma coisa ao PT. Nunca mais faço aliança com eles”, declarou.
"Lula virou uma pessoa que, o que diz de manhã, já não serve de tarde. Está tomado de ódio. Tudo o que domina Lula hoje é a vontade de se vingar. Lula tem cinismo. A gente faz monitoramento de rede. Eles continuam atacando a mim e a outras pessoas na blogosfera. Lula dá a ordem, eles fazem. Se existe gabinete do ódio com Bolsonaro, com o PT é igualzinho", prosseguiu o ex-ministro do governo petista.
Em 31 de março, data do golpe militar de 1964, Ciro Gomes assinou um manifesto pela democracia, do qual também participaram os tucanos Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e João Doria, governador de São Paulo, além de João Amoêdo, fundador do partido Novo e candidato à Presidência em 2018, do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e do apresentador Luciano Huck.
O Globo