"Oposição é muito forte", diz Inácio Arruda sobre Capitão Wagner na eleição no Ceará

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O ex-senador e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Ceará, Inácio Arruda (PCdoB), salientou a dificuldade que será a eleição deste ano no Ceará. Ele enfatizou a necessidade de as forças governistas estarem unidas. E reconheceu a força do lado do bloco do deputado federal Capitão Wagner (Pros). "A oposição é muito forte. Se a gente tiver consciência disso, que a oposição é forte, a gente tem condição de fazer uma unidade grande do nosso lado." O senador foi um dos convidados do programa Jogo Político, nas mídias do O POVO, nesta terça-feira, 1°.

No entendimento de Inácio, o cenário é mais difícil do que em 2014, quando o governador Camilo Santana (PT) foi eleito no segundo turno, após um primeiro turno durante o qual o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) liderou todas as pesquisas.

"Naquela eleição nós estávamos com o apoio do governador [Cid Gomes], muito bem avaliado, e nós tínhamos a presidência da República no nosso campo: a Dilma [Rousseff] era candidata à reeleição do Partido dos Trabalhadores. Então, naquelas circunstâncias, a eleição foi muito dura, muito difícil. Agora, nós temos o Camilo saindo (...) e não temos a presidência da República, pelo contrário".

Ele considera que a escolha de quem será o nome escolhido para concorrer ao governo não se dará agora. "O ambiente da definição vai demorar um pouco mais", afirmou, considerando que será preciso analisar melhor o cenário.

Inácio considera que a vice-governadora Izolda Cela (PDT) terá papel crucial, seja ela a escolhida como candidata ou não, pois assumirá o governo após 2 de abril, com a saída de Camilo, que precisa se desincompatibilizar do cargo até o próximo mês para disputar ao Senado.

"Claro que a Izolda vai assumir no dia 2 [de abril]. Sempre, é natural, que a pessoa que assume e será a governadora, uma opinião dela sobre a disputa eleitoral sempre vai ser muito considerada, mas sempre também teremos que examinar nomes fortes", ponderou o ex-senador.

Inácio enfatizou o nome do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que é alvo de resistência entre alguns petistas. "O Roberto Cláudio governou a maior cidade nossa, que é a nossa capital, foi eleito e reeleito, elegeu o seu sucessor. Muitas vezes o pessoal diz: 'Não, mas elegeu com dificuldade'. O fato objetivo é que ele elegeu seu sucessor. Então você tem uma posição muito importante."

Ao contrário inclusive do que afirmou o deputado estadual Elmano de Freitas (PT) na edição anterior do Jogo Político, Inácio destaca a capacidade de Roberto Cláudio de construir diálogo. A questão foi colocada pelo deputado petista como uma negligência do ex-prefeito que, segundo Elmano, se manteve distante durante seus oito anos de gestão da Prefeitura de Fortaleza. O ex-senador do PCdoB, por sua vez, afirma se tratar de uma pessoa "que tem um diálogo muito fácil".

Inácio ponderou que os quatro nomes do PDT são excelentes, incluindo Evandro Leitão e Mauro Filho. Assim como disse haver nomes aptos no PT e no PCdoB.

Defensor da manutenção da aliança PT-PDT na disputa ao Abolição, Inácio conclui que a posição do PCdoB é de ambos os partidos têm excelentes nomes, mas "o ambiente da definição vai demorar um pouco mais". "É preciso manter a unidade do nosso campo, mesmo que a gente tenha no cenário nacional a candidatura de Lula e de Ciro (Gomes), mas mantendo o nosso campo unido no estado do Ceará. É muito importante para conseguir a eleição de uma candidatada ou de um candidato que esteja nesse nosso campo", adiantou.

O ex-senador considerou ainda que não há conflito no âmbito nacional que seja capaz de prejudicar a aliança PT-PDT localmente. Ele relembra que candidaturas petista e pedetista já se enfrentaram na disputa pelo Planalto anteriormente e avalia que foi uma passagem tranquila.

"Nós já passamos por isso [em 2018] e soubemos com muita tranquilidade atravessar a eleição sem essa dificuldade. Então, acho que isso nós podemos fazer tranquilamente, manter a nossa unidade no estado do Ceará, isso é possível e necessário".

Inácio salientou que a dificuldade estadual também ocorrerá no plano nacional. "Um mês atrás houve uma espécie de euforia, de que o Lula ia ganhar no 1º turno. Colocaram uma passarela para o Lula desfilar. Não é bem assim. Vai ser um jogo bruto. Manter nosso campo unido é muito importante", defendeu.

Conteudo retirado do Jornal O Povo

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